quarta-feira, 10 de julho de 2013

SOLENIDADE 9 DE JULHO
SÃO PAULO

Ocorreu na Avenida Pedro Álvares Cabral em frente ao Obelisco do Ibirapuera em São Paulo a solenidade alusiva ao 9 de julho de 1932, quando tropas Paulista se levantaram contra as tropas do governo federal.


Dia 9 de Julho é comemorado feriado civil paulista por intermédio da lei 9497/97, em memória a Revolução Constitucionalista de 1932. Mais que um feriado é tempo de retornar a história relembrando a década de 30.
Getúlio Vargas assume o poder após um golpe de Estado tornando seu governo pouco democrático, as oligarquias cafeeiras e o povo paulista restavam descontentes com a condução do país e do Estado. Getúlio assumira o poder perante a deposição do então Presidente recém-eleito, Júlio Prestes, passando a governar com amplos poderes, fechando o Congresso Nacional e as assembleias legislativas.
Em 1932, com a demora para a convocação de uma assembleia constituinte, passou a imperar um ânimo de inconformismo com a interferência federal nos Estados, governados por interventores nomeados por Vargas.
No seio do povo paulista, foi brotando um sentimento de patriotismo e o clamor por uma nova Constituição. 
Um dos marcos históricos do período foi a manifestação ocorrida na Praça da República, em 23 de maio daquele ano. O acirramento entre os grupos divergentes foi tamanho, aliado ao vigor impresso na ação de retomada da ordem por parte da polícia, que acabou por vitimar fatalmente os quatro jovens Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, cujas iniciais batizaram o movimento pela Constituição como MMDC. Um outro jovem chamado Alvarenga, morreu alguns meses depois, em virtude dos ferimentos sofridos naquele episódio.
O espírito paulista estava pronto para a revolução e, em 09 de julho, lançou-se no combate. Toda a sociedade se mobilizou em torno dos ideais paulistas. Doações de toda ordem foram feitas: dinheiro, prataria, joias. As indústrias apoiavam na fabricação bélica, na confecção de fardamentos, produção de alimentos e em outras frentes importantes relacionadas à logística da empreitada.
Apesar do irrefutável denodo dos combatentes e do suporte do restante da população, São Paulo não poderia vencer sozinho as tropas federais que se mobilizavam para debelar os insurgentes. Era necessária a ajuda de outros Estados, e os nossos soldados contavam com ela, mas a ajuda não veio.
Pouco a pouco, o contingente foi-se esfacelando, os recursos começaram a rarear, o moral foi-se abatendo, até que, no início de outubro daquele ano, o levante capitulou. Mais de 35 mil paulistas combateram. Segundo as estatísticas oficiais, pelo menos 890 pessoas morreram.
Apesar da derrota no campo de batalha, o movimento alcançou seu objetivo, ou seja, foram convocadas eleições para uma assembleia constituinte logo após o conflito e, em 1934, foi promulgada uma nova Constituição.
Fonte: Policia Militar do Estado de São Paulo.
Fotos: Patricia Afonso Siqueira


A história da Revolução Constitucionalista de 1932

A solenidade ocorrida em 9 de julho em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista teve a seguinte programação:


09h Chegada do Governador do Estado de São Paulo



Governador Geraldo Alckmin

09h05 Continência ao Senhor Governador  e deslocamento para o palanque


Governador Geraldo Alckmin, recebe do Presidente da Sociedade Veteranos de 32 MMDC, Cel PM Mário Fonseca Ventura o Colar da Vitória evocativo dos 80 anos da Revolução Constitucionalista


Governador Geraldo Alckmin ladeado pelo Cel PM Antonio Carlos Mendes e Cel PM Mário Fonseca Ventura

09h10 Canto do Hino Nacional


09h15 Cerimônia de transmissão do Cmdo do Exército Constitucionalista sob a presidência do Comandante Geral da Policia Militar



Sr. Amado Rubio passa o Comando do Exército Constitucionalista dos Veteranos de 32 ao Sr. William Worth



Comandante do Exército Constitucionalista dos Veteranos de 32 - William Worth


Comandante do Exército Constitucionalista dos Veteranos de 32 - William Worth


09h25 Cerimônia de sepultamento dos heróis homenageados, na seguinte conformidade:

Chegada das urnas


Chegada das urnas

Condução das urnas até o Mausoléu do Soldado Constitucionalista

 Condução das urnas até o Mausoléu do Soldado Constitucionalista

Condução das urnas até o Mausoléu do Soldado Constitucionalista

Condução das urnas até o Mausoléu do Soldado Constitucionalista

Chamada simbólica dos heróis ao som da marcha fúnebre executada pela banda

Chamada simbólica dos heróis ao som da marcha fúnebre executada pela banda


Honras fúnebres executadas pelo 3º Batalhão de Policia de Choque 

Honras fúnebres executadas pelo 3º Batalhão de Policia de Choque 



ORAÇÃO ANTE A ÚLTIMA
TRINCHEIRA

(Poesia  de Guilherme de Almeida)


Agora é o silêncio...

É o silêncio que faz a última chamada...

É o silêncio que responde:

— "Presente!"

Depois será a grande asa tutelar de São Paulo,
asa que é dia, e noite, e sangue, e estrela, e mapa
descendo petrificada sobre um sono que é vigília.

E aqui ficareis Heróis-Mártires, plantados,
firmes para sempre neste santificado torrão de
chão paulista.

Para receber-vos feriu-se ele da máxima
de entre as únicas feridas na terra,
que nunca se cicatrizam,
porque delas uma imensa coisa emerge
e se impõe que as eterniza.

Só para o alicerce, a lavra, a sepultura e a trincheira
se tem o direito de ferir a terra.

E mais legítima que a ferida do alicerce,
que se eterniza na casa
a dar teto para o amor, a família, a honra, a paz.

Mais legítima que a ferida da lavra,
que se eterniza na árvore
a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da enxada,
a coronha do fuzil.

Mais legítima que a ferida da sepultura,
que se eterniza no mármore
a dar imagem para a saudade, o consolo, a benção,
a inspiração.

Mais legítima que essas feridas
é a ferida da trincheira,
que se eterniza na Pátria
a dar a pura razão de ser da casa, da árvore
e do mármore.

Este cavado trapo de terra,
corpo místico de São Paulo,
em que ora existis consubstanciados,
mais que corte de alicerce, sulco de lavra,
cova de sepultura,
é rasgão de trincheira.

E esta perene que povoais é a nossa última trincheira.

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que deu à terra o seu suor,
a que deu à terra a sua lágrima,
a que deu à terra o seu sangue!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que é nossa bandeira gravada no chão,
pelo branco do nosso Ideal,
pelo negro do nosso Luto,
pelo vermelho do nosso Coração.

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que atenta nos vigia,
a que invicta nos defende,
a que eterna nos glorifica!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que não transigiu,
a que não esqueceu,
a que não perdoou!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
aqui a vossa presença, que é relíquia,
transfigura e consagra num altar
para o vôo até Deus da nossa fé!

E pois, ante este altar,
alma de joelho à vós rogamos:

— Soldados santos de 32,
sem armas em vossos ombros,
velai por nós!;
sem balas na cartucheira,
velai por nós!;
sem pão em vosso bornal,
velai por nós!;
sem água em vosso cantil,
velai por nós!;
sem galões de ouro no braço,
velai por nós!;
sem medalhas sobre o cáqui,
velai por nós!;
sem mancha no pensamento,
velai por nós!;
sem medo no coração,
velai por nós!;
sem sangue já pelas veias,
velai por nós!;
sem lágrimas ainda nos olhos,
velai por nós!;
sem sopro mais entre os lábios,
velai por nós!;
sem nada a não ser vós mesmos,
velai por nós!;

sem nada senão São Paulo,
velai por nós!

  
Após o chamamento dos heróis , marcha fúnebre, salva de tiros as urnas foram conduzidas para o interior do Mausoléu, onde o Capelão da Policia Militar procedeu a benção e encomendação, bem como o sepultamento. O Governador Geraldo Alckmin juntamente com o Cel PM Mário Fonseca Ventura presidente da Sociedade Veteranos de 32 MMDC, depositaram flores junto ao túmulo do Herói Jacente;


09h55 Cerimônia de outorga da Medalha Constitucionalista;



Comandante Geral da Policia Militar do Estado de São Paulo juntamente com outras personalidades fazem a entrega da Medalha Constitucionalista


Comandante Geral da Policia Militar do Estado de São Paulo juntamente com outras personalidades fazem a entrega da Medalha Constitucionalista


Durante a entrega das Medalhas foi executado os acordes da canção “Paris Belfort”



PARIS BELFORT
(Letra - Guilherme de Almeida)

Nove de Julho é a luz da Pátria
Data mortal deste berço augusto
Dos bandeirantes denodados
Deste São Paulo vanguardeiro e justo

Nove de Julho é a Glória do Brasil
Cantado por São Paulo sob um lindo céu de anil

Nove de Julho é a luz da Pátria
Data mortal deste berço augusto
Dos bandeirantes denodados
Deste São Paulo vanguardeiro e justo

Nove de Julho heróica e bela data
Marco inicial da jornada democrata
Piratininga terra do trabalho
Onde são Reis a enxada e o malho

Pá pa ra ra pa pa ra pa rara ra ra pa pa ra pa ra

Seu povo altivo vai espalhando
Amor pela pátria e vai cantando
Solo querido terra amorosa
Pátria de bravos sempre formosa

10h20 desfile cívico e militar



Desfile embarcado 


Desfile embarcado


Fardamento da Revolução Constitucionalista de 32


Fardamento da Revolução Constitucionalista de 32


Exército



Marinha


Aeronáutica


Policia Militar apresentando os Estandarte


Alunos da Academia do Barro Branco


Cavalaria 


Cavalaria


Cavalaria


Cavalaria


Cavalaria com fardamento da Revolução Constitucionalista de 32


Cavalaria com fardamento da Revolução Constitucionalista de 32


Escoteiros


Escoteiros


Escoteiros


Walter Mello Vargas presidente da ABFIP-ONU

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